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2012 - Livro Vermelho 2013

Alseis involuta K.Schum. VU

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 14-03-2012

Criterio: B2ab(ii,iii,iv)

Avaliador:

Revisor: Miguel d'Avila de Moraes

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

Espécie arbustiva ou arbórea baixa com ciclo de vida entre cinco e dez anos, foi classificada como "Vulnerável"(VU) devido às ameaças ao seu habitat e as suas subpopulações. As restingas e morrotes da costa fluminense estão sob forte pressão antrópica, por desenvolvimento urbano, loteamentos, crescente atividade turística, espécies exóticas invasoras e incêndios. A espécie possui AOO de 76 km² e sujeita a até 10 situações de ameaça. Há suspeita de declínio no número de suas subpopulações, uma vez que sua ocorrência no Estado de São Paulo foi registrada unicamente em 1943, em meio a cafezal, indicativo de declínio de ocorrência. As subpopulações presentes nas Florestas Estacionais na Bahia, por sua vez, também se encontram sob ameaça, devido à redução acelerada de sua área original. É necessário assegurar sua conservação na costa do Estado do Rio de Janeiro, onde sua ocorrência foi registrada em unidades de conservação como Área de Proteção Ambiental de Massambaba, Reserva Ecológica de Jacarepiá e Parque Estadual da Serra da Tiririca.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Alseis involuta K.Schum.;

Família: Rubiaceae

Sinônimos:

  • > Alseis gardneri ;

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

Espécie descrita In Mart., Fl. Bras. 6(6):189. 1889. Além das inflorescências exclusivamente axilares, outras características diagnósticas desta espécie são as folhas geralmente elípticas, de consistência cartácea a coriácea, o hipanto subgloboso a cilíndrico e as cápsulas rígidas, de coloração marrom-escura, abrindo-se somente na metade superior.

Dados populacionais

Kurtz et al. (2009) em um levantamento fitossociológico na APA Pau-Brasil, no estado do Rio de Janeiro, amostrou 13 indivíduos/ha.

Distribuição

Espécie ocorre nos Estados da Bahia, São Paulo e Rio de Janeiro (Calió, 2012). Ocorre nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, atingindo a Bahia e o Sudoeste do Pará (Braz, 2007). Espécie também com ocorrência insular, sendo encontrada na Ilha do Governador, na Baia de Guanabara, Ilha Furtada, na Baia de Sepetiba e Ilha da Marambaia, no estado do Rio de Janeiro (Pereira-Moura, 2001).

Ecologia

Caracteriza-se por arbustos de 2-5,5 m de altura (Pereira-Moura, 2001), podendo apresentar o hábito arbóreo, atingindo até 25 m (Braz, 2007); terrícola (Calió, 2012); floresce a partir do mês de Junho até Janeiro e frutifica em todos os meses do ano (Pereira-Moura, 2001).

Ameaças

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes No entorno da Mata Atlântica vivem aproximadamente 100 milhões de habitantes, que exercem enorme pressão sobre seus remanescentes, por seu espaço e pelos seus inúmeros recursos. Ainda que restem apenas 7,3% de sua áreaoriginal, apresenta uma das maiores biodiversidades do planeta. A ameaça deextinção de algumas espécies ocorre devido a pressão do extrativismopredatório sobre determinadas espécies de valor econômico e, também por pressão sobre seus habitats em decorrência da especulação imobiliária, e pela transformação da floresta em área agrícola (Simões; Lino, 2002).

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes A Caatinga é uma das maiores e mais distintas regiõesbrasileiras (Ferri, 1980 apud Castelleti et al., 2003). Compreende uma áreaaproximada de 800.000 km², representando 70% da região nordeste e 11% doterritório nacional (Bucher, 1982 apud Castelleti et al., 2003). Utilizandosomente as informações do IBGE (1993), estimou-se que a cobertura poratividades agrícolas na região é de 201.786 km². Esta área modificada seestende por praticamente toda a Caatinga. Adicionando a área de impacto dasestradas à área estimada pelo IBGE e considerando a largura do impacto deantropização causado pelas estradas de 1 a 10km, estima-se que as áreasalteradas da caatinga variam de 223.100km² (30,38%) a 379.565 km² (51,68%). Ainda, algumas dessas áreas,previamente ocupadas pela agricultura, possuem grande risco de desertificação,exigindo ações urgentes de restauração da vegetação original (Castelleti et al., 2003).

Ações de conservação

4.4 Protected areas
Observações: Espécie ocorre em unidades de conservação: Área de Proteção Ambiental do Pau-Brasil (CNCFlora, 2011), Reserva Ecológica Estadual de Jacarepiá e Área de Proteção Ambiental da Serra da Capoeira Grande, no Estado do Rio de Janeiro (Pereira-Moura, 2001).

1.2.1.3 Sub-national level
Observações: Espécie considerada Vulnerável (VU) pela Lista vermelha daflora de São Paulo (SMA-SP, 2004).

Referências

- KURTZ, B.C.; FARNEY, C.; SILVA, D.O. Fitossociologia do componente arbustivo-arbóreo de florestas semidecíduas costeiras da região de Emerenças, Área de Proteção Ambiental do Pau-Brasil, Armação dos Búzios, Rio de Janeiro, Brasil., Rodriguésia, Rio de Janeiro, v.60, p.129-146, 2009.

- BRAZ, D.M. Alseis (Rubiaceae). In: MELHEM, T.S.; WANDERLEY, M.G.L.; MARTINS, S.E.; JUNG-MENDAÇOLLI, S.L.; SHEPHERD, G.J.; KIRIZAWA, M. Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. São Paulo: FAPESP-Hucitec, p.189-207, 2007.

- CALIÓ, M.F. Alseis involuta in Alseis (Rubiaceae) in Lista de Espécies da Flora do Brasil, Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB013826>.

- PEREIRA-MOURA, M.V.L. Revisão taxonômica do gênero Alseis Schott (Rubiaceae, Cinchonoideae). Doutorado. São Paulo: Universidade de São Paulo (Instituto de Biocências; Departamento de Botânica), 2001.

- ZAPPI, D.; BARBOSA, M.R.V.; CALIÓ, M.F. ET AL. Rubiaceae. In: STEHMANN, J.R.; FORZZA, R.C.; SALINO, A. ET AL. Plantas da Floresta Atlântica. Rio de Janeiro: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, p.449-461, 2009.

- CASTELLETI, C.H.M.; SANTOS, A.M.M.; TABARELLI, M.; SILVA, J.M.C. DA. O quanto resta da Caatinga? Uma estimativa preliminar. Ecologia e Conservação da Caatinga. Recife: Universidade Federal de Pernambuco, p.719-734, 2005.

- SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE, SÃO PAULO. SMA-SP. RESOLUçãO SMA N. 48 DE 2004. Lista oficial das espécies da flora do Estado de São Paulo ameaçadas de extinção, Diário Oficial do Estado de São Paulo, São Paulo, SP, 2004.

- SIMÕES, L.L.; LINO, C.F. Sustentável Mata Atlântica: a exploração de seus recursos florestais. SENAC, 2002.

- Base de Dados do Centro Nacional da Conservação da Flora (CNCFlora). Disponivel em: <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/>. Acesso em: 2011.

- IBGE (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATíSTICA). Mapa de vegetação do Brasil, Rio de Janeiro, RJ, 1993.

Como citar

CNCFlora. Alseis involuta in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Alseis involuta>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 14/03/2012 - 17:31:43